“Entende-se
como Língua Brasileira de Sinais – Libras a forma de comunicação
e expressão, em que o sistema linguístico de natureza
visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um
sistema linguístico de transmissão de ideias
e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil” - LEI
Nº 10.436 DE 24 DE ABRIL DE 2002. Art. 1º e parágrafo único.
No
mês de março teve início, no campus Macaé, o curso de Libras,
Língua
Brasileira
de Sinais,
do Projeto
Educação & Surdez, ministrado
pelo intérprete Rafael Carlos.
O curso é destinado aos alunos e
servidores do Instituto Federal Fluminense que desejam aprender a
língua.
Durante
sua graduação em
licenciatura
em pedagogia, o
servidor
Rafael
fez
um curso
de extensão em
língua de sinais
e,
a partir daí, começou a se dedicar ao
aprendizado de
Libras, cursando também pós-graduação na área. Em seguida,
realizou
uma avaliação pelo Centro
de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às
Pessoas com Surdez – CAS
e
realizou também o exame PROLIBRAS,
que o permitiu
trabalhar como intérprete de Libras,
cargo
que ocupa desde dezembro
de 2014
em nosso Instituto.
Pensando
em criar uma boa receptividade para os alunos usuários
de libras
que ingressarão no Instituto, bem com sua inclusão
no ambiente escolar, o intérprete criou o Projeto Educação e Surdez. Trata-se de um projeto
que tem o objetivo de ensinar o princípio da língua de sinais,
possibilitando a
comunicação entre
os estudantes surdos
e os demais estudantes
e servidores do IFF;
dentre
as ações se destaca o curso de libras.
Rafael
disse que o curso é realizado de uma forma bastante
prática, a
fim de que os participantes obtenham um conhecimento básico para que
possam receber
os
novos
alunos falantes
de libras
neste ano letivo de 2016. “Em julho, teremos uma aluna surda aqui
no campus. Então, a necessidade de
comunicação é urgente
e, por isso, o curso terá uma ênfase maior na parte prática do que
na parte teórica”,
explicou
o intérprete.
Apesar
de o
foco maior ser
nos
estudantes, pois eles
convivem
mais tempo
com o aluno, o curso também é destinado
aos
servidores
do Instituto.
“É
raro encontrar servidores capacitados para atender esse
público,
em todos os âmbitos governamentais, e
isso prejudica a
inclusão dos
mesmos,
que
acabam sendo
isolados do
meio social”, comentou Rafael.
Segundo
ele, o projeto
tenta
desfazer
as barreiras que separam os deficientes auditivos das
demais pessoas no
ambiente escolar e até mesmo fora dele.
Por
não
ser uma língua falada, há um grande receio da população em
aprender
libras, o
que diminui o
número de pessoas capacitadas. Em decorrência disso, a
quantidade de
intérpretes é
pequena em
comparação a quantidade de surdos
atuais,
dificultando
o
ensino e o processo de socialização.
O
intérprete
é
o profissional que passa
todo o
conteúdo
ministrado nas aulas ao aluno surdo
e
que
o
acompanha em suas
atividades
escolares.
Sabe-se
que esse é apenas um passo em direção a um mundo onde todos terão
o mesmo tratamento. É
um avanço. Nós,
bolsistas do Centro de Memória,
esperamos
que
daqui a alguns anos a
língua
de sinais
seja tão estudada e falada como as línguas estrangeiras. E que os
surdos
sejam tão bem tratados e socializados
quanto as demais pessoas. Quando isso ocorrer, estaremos mais perto
de um país justo e igualitário”.
Texto
produzido pelos bolsistas Fábio e Evelyn tendo como única base a
entrevista com o professor e intérprete Rafael Carlos, feita no dia
01/04/2016.
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