segunda-feira, 25 de abril de 2016

IFF incentiva o aprendizado em Libras

Entende-se como Língua Brasileira de Sinais – Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil” - LEI Nº 10.436 DE 24 DE ABRIL DE 2002. Art. 1º e parágrafo único.

   No mês de março teve início, no campus Macaé, o curso de Libras, Língua Brasileira de Sinais, do Projeto Educação & Surdez, ministrado pelo intérprete Rafael Carlos. O curso é destinado aos alunos e servidores do Instituto Federal Fluminense que desejam aprender a língua.
   Durante sua graduação em licenciatura em pedagogia, o servidor Rafael fez um curso de extensão em língua de sinais e, a partir daí, começou a se dedicar ao aprendizado de Libras, cursando também pós-graduação na área. Em seguida, realizou uma avaliação pelo Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez – CAS e realizou também o exame PROLIBRAS, que o permitiu trabalhar como intérprete de Libras, cargo que ocupa desde dezembro de 2014 em nosso Instituto.
   Pensando em criar uma boa receptividade para os alunos usuários de libras que ingressarão no Instituto, bem com sua inclusão no ambiente escolar, o intérprete criou o Projeto Educação e Surdez. Trata-se de um projeto que tem o objetivo de ensinar o princípio da língua de sinais, possibilitando a comunicação entre os estudantes surdos e os demais estudantes e servidores do IFF; dentre as ações se destaca o curso de libras.
   Rafael disse que o curso é realizado de uma forma bastante prática, a fim de que os participantes obtenham um conhecimento básico para que possam receber os novos alunos falantes de libras neste ano letivo de 2016. “Em julho, teremos uma aluna surda aqui no campus. Então, a necessidade de comunicação é urgente e, por isso, o curso terá uma ênfase maior na parte prática do que na parte teórica”, explicou o intérprete.
   Apesar de o foco maior ser nos estudantes, pois eles convivem mais tempo com o aluno, o curso também é destinado aos servidores do Instituto. “É raro encontrar servidores capacitados para atender esse público, em todos os âmbitos governamentais, e isso prejudica a inclusão dos mesmos, que acabam sendo isolados do meio social”, comentou Rafael. Segundo ele, o projeto tenta desfazer as barreiras que separam os deficientes auditivos das demais pessoas no ambiente escolar e até mesmo fora dele.
   Por não ser uma língua falada, há um grande receio da população em aprender libras, o que diminui o número de pessoas capacitadas. Em decorrência disso, a quantidade de intérpretes é pequena em comparação a quantidade de surdos atuais, dificultando o ensino e o processo de socialização. O intérprete é o profissional que passa todo o conteúdo ministrado nas aulas ao aluno surdo e que o acompanha em suas atividades escolares.
   Sabe-se que esse é apenas um passo em direção a um mundo onde todos terão o mesmo tratamento. É um avanço. Nós, bolsistas do Centro de Memória, esperamos que daqui a alguns anos a língua de sinais seja tão estudada e falada como as línguas estrangeiras. E que os surdos sejam tão bem tratados e socializados quanto as demais pessoas. Quando isso ocorrer, estaremos mais perto de um país justo e igualitário”.



Texto produzido pelos bolsistas Fábio e Evelyn tendo como única base a entrevista com o professor e intérprete Rafael Carlos, feita no dia 01/04/2016.

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