quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA




Durante os dias 15,16 e 17 o IFF Campus Macaé fez uma exposição sobre a Semana da Consciência Negra. Várias fotos com modelos mirins foram colocadas no hall de entrada do Campus.
Enquanto eu estava vendo a exposição, percebi que alguns alunos se perguntavam o porquê de só ter fotos infantis, alguns até arriscavam um palpite " será que as crianças negras são mais importantes ?" "Eles não sabem que quem é adulto também sofre de preconceito?". Ninguém os respondeu, ninguém teve um motivo real ou uma resposta concreta, mas isso ficou na minha cabeça por um tempo. Porque colocar somente fotos de crianças negras? Aí lembrei de um caso que ocorreu a um amigo. Ele me contou que com 6 anos pedia para Deus para que não fosse negro, seu sonho era ser branquinho como a neve, porque assim as outras crianças parariam de implicar com a cor de sua pele ou com o seu cabelo 'duro'. Ele, uma criança de seis anos, que não tinha orgulho nenhum de sua cor. E a pergunta voltou : porquê uma campanha de consciência negra só com fotos infantis? Por que elas, as crianças são a única esperança de um mundo sem preconceito, se elas entenderem que seu cabelo cacheado ou crespo é tão lindo quanto o cabelo liso, que sua cor de pele é tão natural quanto qualquer outra, que ela não tem que se importar com o que as pessoas vão falar podemos sim ter um mundo sem preconceito. Gosto muito de uma frase que me acompanha e eu nem sei onde a ouvi mas ficou marcado : "Não importa se você é branco, pardo negro, amarelo ou se o seu cabelo é liso ou cacheado. Não importa a cor da sua pele se por baixo dela há sangue e até onde eu sei o sangue de todo mundo é vermelho. "







 "Racismo é a negativação, diminuição e rejeição de tudo o que é negro. Nos fazem odiar e não entender nossos cabelos, não entender a beleza da nossa cor, odiar nossos corpos ou objetificá-los. Querem cortar nossas raízes. Porque juntos somos um povo, somos fortes. Não podemos nos silenciar, temos que resistir. Meu cabelo é resistência, minha cor é  resistência, não me silenciar é resistência, meu conhecimento é resistência. Minha resistência incomoda."
Texto escrito por ex aluna do Campus Macaé Rhayanne Diogo

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